domingo, 23 de outubro de 2011

Dissertação argumentativa para o ENEM


Relações humanas no século XXI
"Até o final do século XX, o mundo mudava a cada século. Hoje, com o avanço da tecnologia, o mundo muda a cada ano. Para onde o mundo está se encaminhando? Que perspectivas podemos ter em relação à política e às relações humanas no século XXI?"

Fora da zona de conforto

Todos estamos a par das inúmeras inovações tecnológicas que surgem a cada ano. Podemos contar a história do desenvolvimento das tecnologias que hoje nos cercam e foram incorporadas ao nosso dia-a-dia de duas maneiras: tratando das primeiras descobertas científicas ou do comércio de invenções.

Comecemos pela primeira proposta: estamos na Revolução Industrial, Liverpool, século XVII e precisamos de novidades que nos ajudem a obter mais lucros e otimizar as linhas de produção de nossas incipientes fábricas. Precisamente no ano de 1698, Thomas Savery, mecânico inglês patenteia a primeira máquina a vapor. No século seguinte, milhares de fábricas apareceriam por toda a Europa Ocidental, enriquecendo a classe burguesa e consolidando-a ainda mais no poder e como classe dominante. Portanto, podemos observar que, apesar de ascender ao topo desde o fim da Idade Média, ganhando muita força com as Revoluções francesa e gloriosa, os burgueses dominam nossa sociedade graças às grandes invenções que comercializaram.

De acordo com a segunda proposta podemos começar a falar usando as teorias liberais de Adam Smith. Depois de projetadas e fabricadas, as grandes inovações precisam ganhar o mercado e, em seguida, os lares e estabelecimento comerciais dos consumidores. Assim, o laissez-faire e a liberdade de mercado vêm a ser bastante úteis pois derrubam barreiras alfandegárias e keynesianas que poderiam limitar as vendas. Desse modo, esses produtos não ficam restritos a seus países de origem, mas ficam livres para ganhar o mundo e transformar a vida de milhões de pessoas. Sem essas regras de comércio, não teríamos desenvolvimento ou globalização como hoje. Imaginem se o computador só fosse comercializado nos EUA, seu país de origem? O resto do mundo viveria em um gigantesco atraso tecnológico e os norte-americanos como uma ilha de modernidade.

Entretanto, aliado ao desenvolvimento há também muitos males, o maior deles: a degradação do nosso planeta. É triste e absurdo o que a humanidade tem feito com o meio ambiente. Temos retirado todos os seus recursos indiscriminada e incontrolavelmente, sem se importar com as consequências a longo prazo (as quais estão muito, muito perto agora), apenas satisfeitos com o lucro imediato. Infelizmente, esse é o caminho que temos trilhado, o da iminente destruição, e ele é irreversível. Ainda, é, no mínimo, irônico que, com tamanho desenvolvimento tecnológico como hoje, não consigo preserva nossa Casa como deveríamos. Papel reciclado e filtro em carburadores e chaminés de fábricas não é nada! Poderíamos ir muito além disso, bastando criarmos consciência.

Existe uma corrente de ingênuos que pregam que não devemos desacelerar o ritmo de produção de bens de consumo, pois as tecnologias são capazes de salvar o a Terra do caos. Entretanto, até hoje, as invenções não foram capazes de impedir o aquecimento global, pelo contrário, o consumismo aliado às invenções só tem piorado a situação. Não podemos sentar e esperar que a tecnologia faça o que não temos nos esforçado para fazer. Isso seria uma ideologia preguiçosa e, como já dito, ingênua.

Concluindo, é ótimo que tenhamos acesso a tantas novidades, pois através delas crescemos como pessoas e como sociedade. Entretanto se não olharmos para fora de nossa zona de conforto, poderemos estar caminhando para a perdição.

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