quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Artigo de Opinião sobre a Copa de 2014

2014: fracasso e desmoralização iminentes
O Brasil foi anunciado como sede da Copa em 2007, entretanto as obras só começaram em 2009, quando poderiam ter sido antecipadas, evitando dramas e desesperos de véspera. Brasileiros estão sempre atrasados e não têm um bom senso de compromisso; esse comportamento será, inevitavelmente, refletido na Copa de 2014, onde falharemos na manifestação cultural mais característica de nossa cultura: o futebol, passando por um vergonha e desmoralização internacional.
Devemos ser sensatos e admitir que o Brasil não possui capacidade de sediar com propriedade um evento das dimensões de um Copa do Mundo. Um pequeno Pan Americano em apenas uma cidade grande e rica como o Rio de Janeiro tudo bem, mas um evento gigantesco ocorrendo em diversas cidades com realidades socioeconômicas variadas tem tudo para ser um fracasso memorável.
A Copa de 2014 deixará dívidas e mais dívidas, desemprego, elefantes brancos, estádios inacessíveis, times locais desamparados e obras inacabadas.
O caso de nossa cidade é ainda mais calamitoso. Foi necessária uma reunião na Sede da FIFA para decidir se realmente deveríamos sediar jogos, já que não tinhas começado nem mesmo um planejamento oficial meses depois do anúncio. Já começamos atrasadíssimos.
Ainda, o governo de Micarla, o qual bateu a inédita e recordista marca de 80% de reprovação, já provou ser o cúmulo da incompetência e ineficiência. Faltando apenas três anos para a realização dos jogos, o Machadão foi finalmente derrubado e, ainda assim, demorou semanas para tanto. Nesse ritmo jamais, repito jamais, conseguiremos infra-estrutura suficiente para a Copa. Como prova desse iminente fracasso natalense está nossa exclusão como sede da Copa das Confederações de 2013. Enquanto outras cidades, mesmo começando as obras de seus estádios tardiamente, já são consideradas capazes de sediar partidas em 2013, muitos especialistas acreditam que nós aqui de Natal não seremos nem mesmo capazes de realizar a Copa do ano seguinte.
Ainda, no tocante a Natal, estamos demasiadamente otimistas. Os jogos que ocorrerão aqui serão de última categoria, times medíocres de terceiro mundo como África e Ásia Menor. A população desses países não tem condições de vir para cá acompanhar jogo algum, maior parte dela nem mesmo tem simpatia ou conhece suas seleções. Por isso, provavelmente não atingiremos o número de turistas esperado e contrairemos dívidas não apenas no setor hoteleiro, mas em todos os outros que não obtiverem os lucros requeridos.
Muitos otimistas de plantão podem refutar meus argumentos e dizer que sim, conseguiremos contornar todo o atraso e descaso dominantes até o presente momento. Trata-se de ingenuidade. Não é possível reverter esta situação já crítica e calamitosa. Nem mesmo se os governantes se importassem de verdade.
O governo não ajuda, pelo contrário, está sempre de férias, greve ou roubando verbas. Não há nada tão letárgico! Quem tem carregado nas costas as onerosas obras e planejamento tem sido, exclusivamente, a iniciativa privada.
Faltam vontade e obras de logística e infra-estrutura para essa Copa no Brasil. Deveríamos ter recusado a nomeação, evitando vergonha e desapontamento generalizados, economizando para obras realmente relevantes para a sociedade, não perdendo tanto tempo e energia em algo tão absolutamente inútil e caro como uma copa.

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