quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Artigo de opinião sobre legalização das drogas

Drogas, legalização e sociedade
Há um corrente que toma, cada vez, mais forca a favor da legalização das drogas. Há projetos tramitando no Parlamento e, por isso, esse é um assunto que deve ser conhecido e amplamente discutido, por envolver política, economia, saúde pública e a sociedade em geral. Precisamos ter opiniões formadas sobre essas questões e estar dispostos a expô-las, contanto que estas sejam sensatas e realistas.
Sabemos que a Polícia brasileira está mais do que longe de manter o trafico de drogas sob controle; desse modo, há muitos esforços e gastos públicos envolvendo o combate à venda de entorpecentes. Será que a simples legalização seria uma meio de acabar com toda esta luta, a qual o governo parece estar perdendo? Penso que não. É errado pegar atalhos simplesmente para evitar dilemas ou decisões difíceis. Devemos analisar todas as decisões possíveis e suas conseqüências e, só assim, escolher aquela menos danosa, por mais que isso implique em um grande esforço de nossa parte.
Infelizmente, a nossa sociedade não lida muito bem com a problemática dos vícios. Muitos são coniventes, outros omissos e, ainda, outros têm vergonha. Pais com filhos drogados não procuram ajuda, nem menos denunciam os fornecedores da droga à polícia anonimamente. Pelo contrário, eles acobertam o vício de seus entes queridos e, dessa maneira, incentivam o tráfico indiretamente. Também não há casas de recuperação suficientes ou realmente eficazes. Assim, o numero de dependentes só aumenta e a sociedade permanece de mãos atadas assistindo a jovens com um futuro próspero destruírem suas vidas e a dos que estão ao seu redor e lhes amam.
Legalizar as drogas seria uma péssima decisão no caso do Brasil. Primeiramente, com tal liberdade o número de usuários cresceria vertiginosamente, pois o preço reduziria bastante, a droga condenaria condenada pela sociedade (“se for errado é melhor ainda...”) e curiosos finalmente estariam livre para se satisfazerem. Segundo, nosso país não tem a capacidade de lidar com essa realidade, por ser um caso de risco à saúde pública. Em terceiro lugar, devido à perda de consciência e capacidade de julgamento, haveria muito mais crimes e acidentes, cometidos por usuários fora de suas faculdades mentais usuais. Se em países ricos e com uma política séria lidar com as drogas já constitui um drama, imagine em um país bizarro como o nosso.
É necessário ressaltar que nos países que permitem a venda legal de drogas, não há um comércio livre e deliberado, mas um rígido e eficiente controle e monitoramento. É necessário permissão do governo para a compra e tendo este que lidar com viciados impõe uma reabilitação onde doses da respectiva droga são cedidas em concentrações gradativamente menores. Sabemos que um Poder Executivo como o nosso que não é, nem de longe, capaz de controlar a venda de bebidas a menores de idade, não seria capaz de garantir o “consumo responsável” de drogas ou auxiliar na recuperação de usuários que exageram.
Portanto, tenhamos consciência e pé no chão com relação à legalização das drogas: nosso país não possui a mínima capacidade para suportar tamanha liberdade, e muito menos sua sociedade, omissa e silenciosa. Trata-se de uma questão séria de saúde pública e que só traz prejuízos à população. Como sociedade, não devemos aceitar o consumo de drogas (exceto as prescritas) sob nenhuma circunstância.

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