quarta-feira, 9 de novembro de 2011

artigo de opnião sobre corrupção


O que você tem a ver com a corrupção?



Li um panfleto muito bem elaborado na casa do meu avô intitulado: “o que você tem a ver com a corrupção?”, o qual me fez refletir sobre esse assunto tão sério, recorrente e revoltante que é a falta de ética em nosso país.

O dicionário define corrupção como: “ação ou efeito de corromper, ou seja, de fazer degenerar; ação de seduzir por dinheiro, presentes ou quaisquer benesses alguém, levando este alguém a se afastar da conduta reta”. A lei da corrupção é vencer a qualquer custo, obter o objeto de desejo sem se importar se isso prejudica a outrem.

Não existe pecadinho e pecadão. De acordo com o Evangelho pecado é sempre pecado; algo que desobedece aos preceitos divinos. Claro que alguns possuem efeitos mais amenos enquanto outros têm conseqüências piores, mas todos partem do princípio básico da insubmissão e profundo egoísmo. Se todas essas atitudes – desde colar em uma prova ou furar uma fila ou lucrar no troco até assaltar um banco e desviar milhões em verbas do governo –, possuem a mesma raiz, é lógico que dêem frutos parecidos, os quais são amargos e nocivos aos outros, mas doces e suculentos aos transviados. Estes se sentem, segundo a cartilha, os únicos seres humanos que merecem ser respeitados e ter os desejos realizados. Trata-se de um grotesco egocentrismo e um profundo desrespeito para com todos a sua volta. Não importa em quem é necessário passar por cima, se isso lhe trouxer satisfação ele não hesitará, ainda que transgrida regras e machuque pessoas queridas. Até mesmo contar uma “inocente” mentirinha é tido como falta de ética e consideração para com os outros.

    Claro que devemos pensar em nós mesmo e nosso bem-estar em tudo o que fazemos, entretanto, devemos respeitar o espaço e integridade dos outros e, só assim viveremos bem em sociedade. É por isso que pessoas sem éticas, as quais desrespeitam as regras do bem-estar coletivo são postas em reclusão em presídios ou processadas no Judiciário. E é por isso também que todos temos direitos e deveres; um destes é respeitar todas as pessoas não importando quem sejam.

Ainda, o panfleto falava que uma mentira vira uma grande bola de neve que denigre sua consciência e auto-estima, fazendo-lhe sentir-se mal, desmoralizado e sem paz interior. Entretanto, quando essa bola de neve torna-se um desvio de caráter, esses pesos e culpas já não mais ocorrem, há a morte da consciência e o transgressor sente-se bem e eminente, quando obtém benefícios de modo ilícito. Ele acha que está certo. A partir de então, ele perde a confiança dos seus amigos e das pessoas mais próximas.

Devemos nos policiar para não chegarmos a tal ponto, pois uma vez que caímos assim é difícil levantar-nos, ou seja, recuperar a consciência própria e a confiança dos outros. Eu, particularmente, sei bem do que é ser descreditado por ser pego em uma mentira. Quando se é adolescente é como se tudo valesse se o propósito é se divertir, mesmo que isso implique em enganar família e amigos, denegrindo a própria imagem.

Você deve se perguntar: em um país intrinsecamente amoral e corrupto como este, onde bilhões estão em contas bancárias de políticos e empresários corruptos oriundos de desvios monetários, por que se importar com detalhes tão pequenos da minha vida, que, muitas vezes, nem são tão ruins assim? Bem, o fato é que a corrupção acontece em muitos níveis e em nenhum deles ela é boa, nem nos governos nem em nosso dia-a-dia.

Se não começar com você, não começará em lugar algum. É responsabilidade de cada um lutar pela justiça social e bem-estar coletivo. Ser honesto é a única maneira de combater a corrupção no Brasil sem ser hipócrita. A sociedade só muda se seus indivíduos mudam.



Por: Diego Magalhães

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